2010-02-14

Bomba em Pune

Finalmente o mundo ficou a saber onde é Pune, mas pelos piores motivos. Ontem Sábado, a aula da Geetaji foi exigente e fantástica - essencialmente posturas para a frente e torções. Terminamos a aula às 11:30, tomamos o nosso côco habitual à saida do Instituto e eu e uma amiga resolvemos ir almoçar juntas, fazer umas compras e pôr a conversa em dia. Chamamos um rickshaw e dissemos-lhe que nos levasse à German Bakery, em Koregeon Park.
Nunca tinha ido lá, mas sabia dos bolinhos deliciosos e também tinha curiosidade em conhecer. Almoçamos mesmo bem, e fomos dar uma volta às lojas coladas à German Bakery. Demoramos um pouco em cada loja, não a comprar, mas a ver tudo - havia coisas lindas. Mas o ambiente era pesado. Senti-me no zoo, a olhar aves raras. Os indianos olhavam para nós de uma forma desagradável (que raramente me acontece na India). Muitas pessoas de todas as idades andavam vestidas com as "fardetas" do Ashram do Osho, homens e mulheres com vestidos ou túnicas vermelho escuro até aos pés. Até aí tudo bem, gostos não se discutem. Mas as caras eram cansadas, deprimidas, tristes; os ombros curvados para a frente, esterno afundado no peito, outros completamente "zombies" com ar perdido... A vibração era deprimente e de desconfiança. Nunca fico agarrada às minhas coisas enquanto almoço seja qual fôr o restaurante, por mais básico que seja. E até agora nunca fui roubada na India, e tenho estado em situações complicadas - sozinha nas estações de comboio a meio da noite, etc. Mas na German Bakery achei por bem não largar o meu saco, porque havia muita gente esquisita a andar para cá e para lá. Enfim, por volta das 4 e meia da tarde decidimos voltar para a nossa zona de Puna, onde se vê mais gente do Yoga, com peito aberto e ar saudável. Estive à conversa até às 7 da tarde e quando cheguei a casa, liguei a televisão e não quis acreditar no que ouvia..... O sentimento de insegurança apareceu por instantes, mas, enfim, neste momento Pune está sob fortissima segurança, e não deve acontecer outra vez...De qualquer forma, o que tiver de acontecer acontecerá sempre, pelo que nada há a fazer a não ser continuar o nosso trajecto para a frente. Cumprir o nosso karma é o que há a fazer.