De repente já passou mais de uma semana desde que cheguei. Já consegui instalar algumas das rotinas que me fazem sentir em casa. Domingo passei pelas ruas, parando aqui e ali, olhando as mudanças, visitando parques, mas nada de visitas de turismo. Aliás para além das ruas de Pune, das lojas e restaurantes, mercados, feiras, templos, pouco mais conheço. A minha vida aqui desenrola-se entre o Instituto e o apartamento onde estou. Depois é pôr o dia a dia a girar. Encomendar almoço, levar a roupa para passar a ferro, comprar fruta e flores, ir para as aulas, observar aulas, ajudar nas classes terapêuticas, ir para a biblioteca, tirar notas, estudar os temas ligados ao vastissimo tema do Yoga, etc. Ver o correio, claro, e ler os livros que vou comprando. Os livros na India são uma tentação. Têm optimos livros e muito baratos.
Já tenho o cheiro dos jasmins no meu quarto! E atrevimento dos atrevimentos, tenho um corvo que por volta das 2 horas da tarde, pousa na árvore aqui à frente da minha janela. Já sabe que eu estou aqui, por isso de vez em quando espreita para ver se não há azar. Mas não se aproxima. Eu tenho grande incompatibilidade com “bichos de penas”, mas acho alguma graça aos corvos - não são como as nossas gaivotas ou as pombas, que é preciso empurrar para o lado para podermos passar. Estes são rápidos e também por isso são uns larápios. Pensando bem, reparo que na India, e há muitos anos que viajo para cá, apenas fui roubada por corvos em Goa, talvez nas prais de Anjuna, já não sei bem, e em Tiruvanamalai, por macacos.
As aulas têm sido do melhor. Os dois lados que parecem opostos, Geetaji e Prashantji, resultam num equilíbrio profundo nas asanas e pranayama.Geetaji vai a todos os detalhes, e dá-se ao trabalho de corrigir tudo, mas mesmo tudo. Prashantji não faz correcções, quem quer aprender aprende, quem não quer está no seu direito, e faz conexões, paralelismos, entre a pratica, que nos levam cada vez mais no sentido do Yoga. O que acontece, estou a falar dos dois filhos de Guruji Iyengar que ensinam em Pune, é que enquanto uma é extremamente exigente, o outro não exige, mas é dado como adquirido que a prática sólida de yoga está lá e quem não a tiver, nem sabe de que está Prashant a falar. Perde-se no inicio da aula e acabou, pode sair porque não acompanha mais nada.
Fiquem bem e em Paz.